Quero ocultar-te, na noite do baile dos espelhos
Com as mãos já esquartejadas pelo odor másculo que emanas
Ensanguentadas e belas, de cor carmim seu brilhantismo
Vales de ervas, vaso de vidro
Copiosamente vertes o leite por defronte de meus seios despidos
Vales aninhados na condolência violenta
Mascarados de esplendor opalino
De transparências cristalinas
Vales de ervas, vaso de vidro
Vem crescer comigo na janela da alba que desponta
Que não é cobiça a minha de viver na fuga e estar sozinho
Vem ler minhas páginas bordadas a fios cadentes siderais
Folheia meus rostos que são três
O crescendo, o único e o divisório
Folheia os meus vales de ervas
E num vaso de vidro dá-me a conhecer ao mundo.
14 agosto 2007
Vales
por
Flor de Lótus
às
12:25
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