17 agosto 2007

Mortificar

Esqueci-me de existir
Perdi a consciência total dos meus medos
Das minhas visões
Do espontâneo fotográfico

Peguei numas malas cheias de nada e parti
De calças rasgadas
De bolsos vazios
Com palavras na mente apenas

Palavras de demência
Actos de insanidade
Feitos de loucura
Obras levadas ao extremo fugaz da alienação

Da modificação profunda da personalidade restou um lençol manchado de sangue
O lençol daquela noite em que te mortifiquei
Guardo ainda o punhal
Fatal, mordaz e pleno de desarranjos físicos

Ouço o teu grito horrendo noite dentro
Mas uma alma pervertida como a tua não merecia se não esse porvir

Hoje escondo-me com o outro homem na floresta
O outro que uma noite virá para me mortificar
O outro que ligará de novo nossos caminhos
No fado, a muitos de nome destino

1 comentário:

Estrela do mar disse...

...bela poesia...sim senhor...gostei;)...


Jinhosssssss aos dois e bfs.