tag:blogger.com,1999:blog-81263939583436583852024-03-08T14:42:13.977+01:00o perfeito pluralRefúgio Lunarhttp://www.blogger.com/profile/00893576788719668481noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-63498887335319678252007-09-13T21:31:00.000+01:002007-09-13T21:34:06.023+01:00<p class="MsoNormal">saber que és tu<br />que dizes<br />que fazes<br />dos suburbios da alma<br />o centro dos mundos capazes<br />que nos dizem<br />que nos fazem<br />que nos entram pele<br />e rompem sangue carne<br />com a força de uma paz.<br /><o:p></o:p>saber que és tu<br />que dizes<br />quando fazes<br />o só gesto<br />da loucura feroz<br />que acalma<br />cada vez mais<br />tão só mais.</p>Refúgio Lunarhttp://www.blogger.com/profile/00893576788719668481noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-36566183231426147762007-08-19T12:10:00.000+01:002007-08-19T12:24:43.840+01:00Gume<p class="MsoNormal">Pelo fio da madrugada<br />vem repleta de frio uma insónia dura<br />que basta.<br />Adivinho voltas e mais voltas<br />suores frios, calores repletos<br />viagens suicidas pelos recantos da alma<br />que fica com todos os poros abertos<br />e olhos de filtros.<br />Tomara eu ser o condão que acende o lume do sono<br />e levar assim comigo todos os sonhos possíveis<br />ao encontro de um só gesto<br />quando se fecham os olhos<br />e o corpo no repouso fica a leste.<br />Tomara eu ser qualquer varinha<br />que pudesse realizar no imediato os desejos<br />pintar os retratos, realizar as peças mentais<br />no palco da carne e pele e suor e sangue...<br />Tomara eu ser uma cama maligna<br />que do mal fizesse o melhor dos cenários<br />um antro perfeito necessário<br />da riqueza dos indomáveis pecados insaciados.</p>Refúgio Lunarhttp://www.blogger.com/profile/00893576788719668481noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-2875635023338912772007-08-17T10:40:00.000+01:002007-08-17T10:42:08.386+01:00MortificarEsqueci-me de existir<br />Perdi a consciência total dos meus medos<br />Das minhas visões<br />Do espontâneo fotográfico<br /> <br />Peguei numas malas cheias de nada e parti<br />De calças rasgadas<br />De bolsos vazios<br />Com palavras na mente apenas<br /><br />Palavras de demência<br />Actos de insanidade<br />Feitos de loucura<br />Obras levadas ao extremo fugaz da alienação<br /><br />Da modificação profunda da personalidade restou um lençol manchado de sangue<br />O lençol daquela noite em que te mortifiquei<br />Guardo ainda o punhal<br />Fatal, mordaz e pleno de desarranjos físicos<br /><br />Ouço o teu grito horrendo noite dentro<br />Mas uma alma pervertida como a tua não merecia se não esse porvir<br /><br />Hoje escondo-me com o outro homem na floresta<br />O outro que uma noite virá para me mortificar<br />O outro que ligará de novo nossos caminhos<br />No fado, a muitos de nome destinoFlor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-6263044375019908972007-08-16T15:42:00.000+01:002007-08-16T15:47:57.198+01:00TragédiaNão sou mais a pasta espinhosa que me comprometeu<br />Não sou mais o corpo alado de outras noites<br />De tempos de outrora<br />Não sou mais o livro ou o romance<br />Não sou mais o espectro de um filho de Dante<br />Inacabada a indolência vacilante de Deus<br /><br />Não sou mais o vinho em tempos de cólera<br />Não sou mais o arquivo distante de um sonho<br /><br />Não sou mais a névoa ou o condor<br />Não sou mais a fragilidade ou a dor<br /><br />Sou antes o irascível divino<br />A tragédia comestível<br />As finas recordações de Ares e Hades<br /><br />Sou a mitologia de Ártemis<br />E a violenta complexidade<br /><br />Sou a divina tragédia de um teatro vistoso<br />De envelopes de lacre nos assentos<br />Com a sentença do meu fim.Flor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-30198293344822126442007-08-16T11:02:00.001+01:002007-08-16T11:02:53.623+01:00Alter-EgoVoluptuosa inércia<br />Esta arte de olhar para o vazio<br />De desaparecer no meio das nuvens<br />De parecer vestida e estar nua<br />De ser caule com pétalas transparentes<br /><br />Fecho os olhos<br />Estou na ponta mais ocidental do local chamado abismo<br />No local onde todos caminham para morrer<br />No local onde decidi não ser morta por mim<br /><br />Revela-se o meu alter-ego que me transcende<br />O outro eu de mim que revela o que fui dentro do que eu sou<br />Parece-me esbelta a minha visão<br />Desfocada, como se olhasse através de vidros foscos<br />Inerente a eu<br /><br />És eu?<br />Pergunto-lhe…<br /><br />Mas belíssima esfumou de uma presença e me arrastou com elaFlor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-32700781242638250322007-08-14T12:26:00.001+01:002007-08-14T12:26:43.677+01:00Se o amor que te atormenta é todo o torpor de uma vida<br />Jaz por ora enquanto anoitece a madrugada<br />E enverga-te de ouro para saudar o novo que advém.Flor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-32368415528133051532007-08-14T12:25:00.001+01:002007-08-14T12:25:59.717+01:00ValesQuero ocultar-te, na noite do baile dos espelhos<br />Com as mãos já esquartejadas pelo odor másculo que emanas<br />Ensanguentadas e belas, de cor carmim seu brilhantismo<br /><br />Vales de ervas, vaso de vidro<br /><br />Copiosamente vertes o leite por defronte de meus seios despidos<br /><br />Vales aninhados na condolência violenta<br />Mascarados de esplendor opalino<br />De transparências cristalinas<br /><br />Vales de ervas, vaso de vidro<br /><br />Vem crescer comigo na janela da alba que desponta<br />Que não é cobiça a minha de viver na fuga e estar sozinho<br />Vem ler minhas páginas bordadas a fios cadentes siderais<br />Folheia meus rostos que são três<br />O crescendo, o único e o divisório<br /><br />Folheia os meus vales de ervas<br />E num vaso de vidro dá-me a conhecer ao mundo.Flor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-18476124018527111522007-08-14T08:53:00.000+01:002007-08-14T08:54:22.313+01:00A noite de ParisCostumava esperar-te<br />Quando entravas pela janela do meu quarto<br />Por entre cortinas de nevoeiro<br />Por entre balas perdidas na luta que eclodia lá fora<br /><br />Costumava abraçar-te<br />Quando enleavas os teus dedos pelos meus cabelos<br />Te dizias saudoso<br />E teus olhos brilhavam mais que as luzes da noite de Paris<br /><br />A noite de Paris…<br /><br />Costumava amar-te<br />Por entre lençóis de cetim<br />Bordados antigos feitos pela mão de minha mãe que já partiu<br />Pelas frestas de meu coração<br /><br />Costumava acordar-te com o esplendor de um sorriso<br /><br />Costumava beijar-te num explodir de sentidos<br /><br />Costumo agora adormecer na noite solitária<br />Onde antes estavam dois só me encontro eu<br />Agora não costumo<br />Faço-o para mim<br />ApenasFlor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-43440561264951975142007-08-13T16:36:00.000+01:002007-08-13T16:37:37.843+01:00A solidão intermitenteA solidão intermitente<br /><br />É como se qualquer coisa se rompesse subitamente e fizesse cair a vida em pedaços<br /><br />Como dar-te um golpe e mergulhar no teu interior<br />Como beijar-te o olhar trespassado a espada de fogo<br />Como venerar teu coração já morto<br />Tua pele já extinta<br />Faminta<br />Putrefacção alardeada<br /><br />As paredes negras da existência fúnebre<br />Despenteada<br /><br />O norte rendido ao sul<br />O centro ao externo<br />A inércia ao mastigar do tempo<br /><br />As vestes contrárias<br />O fio voluptuoso laminado no gume de uma faca<br /><br />A solidão intermitente<br />Os pés descalços nos sulcos negros do areal da praia<br />A maré que sobe e nos cobre os lábios da cor esquecida<br />A doença iminente que surge e permanece<br />Comigo<br />Na solidãoFlor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-74813763263521984372007-08-13T09:14:00.000+01:002007-08-13T09:15:50.027+01:00Desejo = PlenitudeDe mim se fez espólio num lago de unicórnios<br />De mim se fez noite<br />A imperial noite dos deuses<br /><br />Soberbos membros erectos se ostentam fronte a mim<br />E musas<br />Libidinosas<br /><br />A ascensão e queda da satisfação intima<br />Do prazer carnal<br />Da quimera expansiva<br /><br />Da dor se fez pranto<br />Do pranto o orgasmo<br />Do orgasmo a plenitude<br /><br />Plenitude, a inteireza das sensações do paganismo<br /><br />Num semicerrar de olhos me dão o todo<br />Da vontade se condensa a combustão das labaredas<br /><br />Do crepúsculo a noite<br />Da noite a madrugada<br />Da madrugada a posse<br />Da posse o extenuar dos corpos ávidos<br /><br />Os olhos fecham<br />Se não se importam, devo aquietar a luzFlor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-73120053085985420082007-08-12T14:57:00.000+01:002007-08-12T15:04:54.140+01:00Escrito a dois<p class="MsoNormal">Floresta perdida traz-me de novo<br />Aos argumentos escondidos no limiar do tempo<br />Sucumbindo nos ritmos erguendo-se corpo<br />O sangue abundante que jorra dos fios do meu cabelo.</p> <p class="MsoNormal"><o:p></o:p>Ou as pétalas duma rosa que se agitam com o universo.</p> <p class="MsoNormal"><o:p></o:p>Deixamo-nos cair, mãos mortas e inversas<br />Atados à liberdade de não querer mais e de sim<br />Onde te ouço bater no escuro, pelo limiar da porta</p> <p class="MsoNormal"><o:p></o:p>Lábios ofegantes escutam-se<br />Quebramos os espelhos e tornamos a amar-nos<br />Sopramos com o fôlego dos crepúsculos e dizemos...</p> <p class="MsoNormal">ADEUS</p> <p class="MsoNormal">Falamos a linguagem dos anjos<br />E deuses nos tornamos.</p>Flor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-25750846707814293342007-08-10T19:58:00.000+01:002007-08-10T19:59:05.470+01:00Vórtice<p class="MsoNormal">São viagens as que despontam<br />São vontades as que conservam<br />São noites, redondas e belas as que cantam<br />Violentas, as evidências que despertam<br /><br />De fulgor de rosáceas te elevo ao cimo de mim<br />Só para cuidar-te<br />Para te penetrar ao sabor do vai e vem da tua alma<br /><br />Juntos<br />Penteamos os segredos<br /><br />Juntos<br />Cavalgamos fortemente a favor do vórtice profundo<br /><br />Juntos<br />Domínio<br /><br />Eu<br />O vórtice<br /><br />Tu<br />A emergência<br /><br />Juntos<br />Perecemos</p>Flor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-26151033631584381782007-08-10T15:56:00.000+01:002007-08-10T15:57:13.072+01:00Perfeito é seres o tom da noite e eu o teu olhar...Flor de Lótushttp://www.blogger.com/profile/09616817853258342115noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-57849917924351106832007-08-08T19:24:00.000+01:002007-08-08T19:26:29.341+01:00<p class="MsoNormal">Este rio tem os teus olhos<br />e com ele vou mergulhando para dentro do teu.<br />Só existem palavras se ditas na tua boca,<br />se sentidas sob o ar que respiras,<br />sobre o tudo que nunca morre e que sempre fica<br />nas margens mais profundas que só em ti encontro.<br />Na paisagem todo o sol é o brilho quando me olhas<br />e há noite toda tu me enebrias e devoras<br />com esse desejo dos agoras que não tardarão a vir<br />a nós.</p>Refúgio Lunarhttp://www.blogger.com/profile/00893576788719668481noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8126393958343658385.post-12412246221476365312007-08-01T23:20:00.001+01:002007-08-01T23:20:33.767+01:00<p class="MsoNormal"><st1:verbetes>perfeitos</st1:verbetes> <st1:verbetes>são</st1:verbetes> os <st1:verbetes>dias</st1:verbetes> <st1:verbetes>em</st1:verbetes> <st1:verbetes>que</st1:verbetes> <st1:verbetes>cada</st1:verbetes> <st1:verbetes>um</st1:verbetes> <st1:verbetes>caminha</st1:verbetes> <st1:verbetes>com</st1:verbetes> o <st1:verbetes>outro</st1:verbetes> na <st1:verbetes>certeza</st1:verbetes> de existirmos num só</p>Refúgio Lunarhttp://www.blogger.com/profile/00893576788719668481noreply@blogger.com1